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Os clássicos saem de moda?

Recentemente as redes sociais foram inundadas com essa pergunta. Isso porque um famoso influencer disse qualquer coisa sobre adolescentes lerem Machado de Assis, posicionando-se contra.  Oras, pensei, meus alunos gostam tanto do Machado! Quantas e quantas discussões não travamos em torno da famosa trama de Capitu?
Lendo a respeito, deparei-me com uma frase que dizia mais ou menos o seguinte:
Se um livro tornou-se clássico é justamente porque conversa com várias gerações, e nunca sai de moda.
Sou obrigada a concordar. Não é raro eu abrir um livro de pelo menos um século de existência e viajar na história como se fosse algo atual, e de certa forma é mesmo.
Foi assim quando abri as páginas de Mulherzinhas. Sua escritora, Louisa May Alcott, foi quase contemporânea de Jane Austen, escritora inglesa que me cativou há muitos anos. Louisa é estadunidense, e esse fato me chamou a atenção. Mulheres escritoras nas Américas tinham poucas possibilidades de publicação no século XIX.
A personagem principal, Jô, demonstra bem esse fato. Possuidora de um incrível talento para as letras, luta para ser publicada num tempo em que o papel da mulher na sociedade era bem definido, e ser escritora não era bem o que se esperava do gênero feminino.
A história do livro gira em torno da família March, em um tempo muito difícil para os americanos. Quatro irmãs protagonizam uma incrível amizade. Com o passar do tempo, o amadurecimento delas as levam para caminhos distintos, e a vida de cada uma é surpreendente.
O que me mais me chamou a atenção no livro é o jeito que a narrativa é conduzida. A história toda possui poucos diálogos, e é contada muito de fora, o que geralmente nos envolveria pouco, entretanto acontece exatamente o contrário. O envolvimento é tão grande, que risos e lágrimas são inevitáveis.
Tanto Jô March, quanto suas irmãs Amy, Beth e Mag, nos dão lições de amor e companheirismo, e seus pais, de liberdade e confiança.
Com um enredo fantástico e personagens cativantes, esse livro agrada pessoas de todas as idades, pela veracidade do conteúdo e simplicidade na linguagem.
A obra possui algumas adaptações cinematográficas, a mais recente estreou no cinema em 2019, e a Netflix conta com uma versão de 1994.
Mas não vale ver o filme antes de ler o livro, hein! Ah, e quem se animar e fizer a leitura, não deixe de me contar o que achou. Tenho certeza que irão se apaixonar assim como eu, e levarão a história para a vida!
Aproveitem os dias frios e encontrem seu bom lugar para ler um livro...
Professora Vanessa Aragon